segunda-feira, 8 de julho de 2013

FICHAMENTO DO TEXTO 6: “Gestão de tecnologias na escola”

Considerações iniciais

            Optei por incluir minhas considerações antes do fichamento propriamente dito, em virtude de que deve ser apresentado em dois ambientes. No Ambiente Virtual de Aprendizagem e no Portfólio (Blog). Sabemos que a forma interfere na mensagem. Um texto corrido – como uma resenha ou um resumo - não é apropriado para um blog.

            Assim, elaborei um fichamento clássico como fazíamos antes dos computados pessoais tornarem-se comuns. Assentávamos o fichamento em fichas de papel cartão pautado. Escrevíamos nossos apontamentos das páginas de livros ou artigos comtemplando pequenos excertos. Neles priorizávamos as nossas anotações. O objetivo era produzir algo inteligível e de rápida leitura para consultas futuras, podendo inseri algumas observações criticas. Esse pode ser um dos objetivos dos Blogs, que pedem leitura rápida e de fácil acesso. A diferença é que está na tela do computador, priorizando o registro eletrônico da informação.

            Nesse contexto eletrônico, parece que o objetivo do Portfólio da disciplina é apresentar uma análise critica, mas também facilitar o acesso à informação. Isso sim, muito melhor do que se fossem dispostas em fichas de papel.



Análise Crítica

            Percebemos de modo muito claro como as instituições não escolares avançaram no uso de recursos tecnológicos para melhor cumprir sua missão. Por exemplo, os bancos mantêm registros eletrônicos de suas transações. As lojas de vendas de produtos controlam eletronicamente todos os seus processos de compra, de gestão de estoque e financeira, de vendas etc. Praticamente todas as empresas, corporações e instituições usam as Tecnologias de Informação e de Comunicação para melhor cumprir sua missão. Porque as escolas, notadamente as públicas, não podem fazê-lo?

            A resposta é que não só podem, como devem. Não fazer as tornam cada vez mais anacrônicas e distantes do cumprimento de sua missão. Sabe-se que para tanto, as dificuldades são muito grandes. Afinal, aportar recursos financeiros para algo que não dê um lucro financeiro claro, imediato e evidente não é uma pratica comum. Falta assim, inversão financeira destinada às TIC nas escolas públicas e nas secretarias de educação.

            Porém, elevar os recursos financeiros para a implantação das TIC ns escolas não é o único desafio. Nosso corpo docente e de gestão ainda não se apropriou plenamente das modernas tecnologias. Várias vezes os professores usam essas tecnologias apenas digitam provas e exercícios. Alguns até escrevem à mão um rascunho. Buscar informações online e em outros suportes diferentes dos livros é algo não recorrente. Falando de outra forma, não nos atualizamos. É comum entre nós expressões tais como Essas coisas de informática não são para mim. Isso não é do meu tempo.

            Não é do nosso tempo? O nosso tempo é agora. Elas estão presentes em nossas vidas. Talvez não estivessem presentes quando fizemos a graduação. Mas, hoje estão.

            A título de comparação, podemos nos perguntar se levaríamos os nossos filhos a um hospital ou a um médico que não usassem os modernos recursos tecnológicos de diagnóstico e de medicamentos? Aceitaríamos que um médico não se atualizasse? Seria a medicina, mais importante do que a educação? Se a resposta a essas perguntas for “não”, também não se justifica que os professores não busquem se qualificar para o uso das TIC como recurso de qualificação, pedagógico e de gestão.




Fichamento

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            As tecnologias da informação chegaram às escolas inicialmente como aporte administrativo. Depois, em laboratórios de informática buscando integração com as atividades em sala de aula em projetos extraclasse. Essa evolução proporciona

...novas relações com o saber que ultrapassam os limites dos materiais instrucionais tradicionais e rompem com os muros da escola.

Criam-se possibilidades de redimensionar o espaço escolar, tornando-o aberto e flexível, propiciando a gestão participativa, o ensino e a aprendizagem em um processo colaborativo.

            Com isso, espaço escolar é ampliado em virtude da criação de comunidades colaborativas.


Página 2
            Não podemos pensar em um futuro, que sequer sabemos como será, sem antes nos preocuparmos com os desafios do presente. Para enfrenta-lo, temos de usar os recursos que dispomos atualmente, o que inclui as Tecnologias da Informação e da Comunicação – TIC. Assim é viável possibilitar uma aprendizagem em rede, em comunidades colaborativas.

O fator primordial para a criação de comunidades e culturas colaborativas de aprendizagem, intercâmbio e colaboração é a qualidade da interação, quer presencial ou a distância, cuja criação poderá viabilizar-se a partir da formação continuada e em serviço do educador.

            Nessa perspectiva o espaço escolar é ampliado. Por sua vez, o educador pode também ampliar as possibilidades de encontrar alternativas para os desafios da sua escola tendo em vista “novos paradigmas e metodologias”.


Página 3
            Dessa forma, as TIC na escola apoia a comunicação entre educadores e todos os membros da comunidade escolar, possibilitando um maior fluxo de informações que, por sua vez dá subsídios para todos, inclusive o gestor, para a tomada de decisões.

            Do ponto de vista pedagógico, permite o desenho e a implantação de projetos inovadores onde todos, inclusive os alunos, podem participar das decisões na construção do conhecimento.

            É nessa linha que os programas de informatização do Ministério da Educação atuam. No entanto, esses esforços são minimizados em virtude das estruturas da escola, tanto física, como das práticas pedagógicas e de gestão.


Página 4
    
       A incorporação das TIC nas escolas para atender demandas administrativas e pedagógicas pode servir para a superação da dicotomia entre ambas, a partir de uma cultura de trabalho integrado, considerando que a escola forma uma equipe una em torno de um único projeto político-pedagógico.


         Para a formação dessa equipe, é certo que isso é favorecido nas situações em que os gestores se tornam sujeitos que mobilizam toda a comunidade escolar.


Página 5
        Considerando o exposto anteriormente, estende-se a relevância de envolver os gestores escolares nos processos de implantação das TIC, pois não basta dispor esses recursos para os professores, ou para os setores administrativos. É necessária uma gestão integrada entre o pedagógico e o administrativo dos sistemas expressos nas TIC.

           Por isso, a implantação desses recursos tecnológicos deve ser voltada para que os dirigentes – inclusive coordenador pedagógico - possam reconstruir seu papel de liderança na constituição de uma nova cultura escolar, possibilitando uma articulação entre o pedagógico e o administrativo.


              A ideia é constituir uma comunidade colaborativa onde a aglutinação de recursos os potencializa para cumprir os objetivos da instituição.


Página 6
    
               Essa aglutinação de recursos ocorre em ambientes virtuais (redes colaborativas). Elas compartilham informações e experiências em busca de soluções para problemas que têm em comum.


             Um Ambiente Virtual de Aprendizagem permite a cada um traçar o seu caminho entre as informações existentes, buscando sua interpretação para o pensamento do outro. Esse é o foco: as relações entre as pessoas. A tecnologia apenas favorece o processo no qual as pessoas leem e interpretam o pensamento do outro, compartilhando as experiências, simulando ambientes e situações.


Página 7
           Embora exista a figura de um Gestor (Diretor) e de uma equipe gestora, defende-se que todos devem participar da gestão. É nessa linha que os recursos tecnológicos colaboram por facilitar a identificação de problemas e possibilidades, favorecendo o diálogo e dando subsídios para a tomada de decisões.

O uso das TIC na gestão escolar permite: registrar e atualizar instantaneamente a sua documentação; criar um sistema de acompanhamento e participação da comunidade interna e externa à escola por meio de ambientes virtuais; definir metodologias de avaliação adequadas e compatíveis com critérios democráticos e participativos; trocar informações e experiências com a comunidade, identificando talentos e potencialidades que possam contribuir com a evolução conjunta de problemáticas tanto da escola como da comunidade; discutir e tomar decisões compartilhadas.

             Assim, as TIC constituem-se em importantes ferramentas para uma gestão compartilhada. Portanto, é necessário capacitar a todos para bem usá-las, mas especialmente os gestores devem estar engajados nessa participação.


    
Página 8
    
           Por meio do Proinfo, alguns projetos do Ministério da Educação junto às secretarias estaduais da educação capacitam diretores e coordenadores de escolas públicas para dar condições de liderar a

... inserção das TIC na escola, ressaltando as contribuições dessas tecnologias à gestão administrativa e pedagógica da escola. O ambiente virtual para suporte das atividades a distância começou a ser utilizado durante esse encontro presencial, na realização de fóruns de discussão e para a inserção como material de apoio das propostas de atividades elaboradas pelos participantes, a serem realizadas junto com a comunidade escolar, tendo em vista a criação coletiva do projeto de gestão das TIC.

... os formandos se apoiam uns nos outros e têm as práticas do colega como espelho para análise da própria prática. As teorias são buscadas para ajudar a compreender as ações em realização, propiciando a reflexão sobre essas práticas e a proposição de mudanças que as tornem mais efetivas.

             Esse trabalho de capacitação, por si já é uma forma colaborativa de gerir o conhecimento e a aprendizagem inseridos no contexto escolar.


Página 9
    Destaca-se nessa produção e gestão do conhecimento os fóruns e relatos de experiências que permitem a todos aprender com as experiências do outro, formado uma experiência coletiva. Isso permite uma reflexão crítica e colaborativa que, por sua vez, leva a uma tomada de consciência que favorece a tomada de decisões, sabendo que encontramos
...no coletivo da escola, o caminho evolutivo mais condizente e promissor de acordo com a identidade da escola e com o contexto em que se encontra inserida.

             Desse modo, parece que - à semelhança de outras instituições - a escola pode finalmente ter uma gestão técnica e profissional amparada na tecnologia, mas sem olvidar dos seus objetivos sociais.


Bibliografia:
ALMEIDA, M. Gestão de tecnologias na escola. Série “Tecnologia e Educação: Novos tempos, outros rumos” - Programa Salto para o Futuro, Setembro, 2002.


sábado, 6 de julho de 2013

Funções e Papeis da Tecnologia na Gestão Escolar

“FUNÇÕES E PAPÉIS DA TECNOLOGIA” - Comentários

            Esse texto inicia afirmando que a tecnologia pode gerar inúmeros benefícios para o trabalho pedagógico, desde que os professores dominem os aspectos relacionados a esta tecnologia. No entanto, o objetivo central do texto não é simplesmente abordar questões pedagógicas relacionadas às tecnologias da informação, mas sim discutir como a tecnologia pode auxiliar a gestão e a coordenação da escola.
            Para tanto, inicia fazendo uma distinção entre “dados”, “informações” e “conhecimentos”.
            Define que os dados são meros registros de um conjunto de fatos, mas não apresentam inferências, correlações, causas, consequências, previsões. Assim, não são elementos que isoladamente permitam uma tomada de decisão, por exemplo, relacionada a questões pedagógicas.
            Já as informações são organizadas em documentos objetivando a transmissão de uma mensagem que interferira no receptor. Portanto, deve ser apresentada de forma a apresentar claramente a finalidade de se conhecer os dados. Além disso, deve ser categorizada – para apresentar unidades de análise -, apresentar cálculos – para permitir uma análise de tipo estatística e deve ser confiável e concisa.
            Os computares e seus sistemas podem ser ótimos instrumentos para registrar dados e auxiliar na transformação deles em informações. Mas, não podem produzir conhecimento, pois este é um aspecto humano. O conhecimento deve ser vivido e avaliado. Para tanto os seres humanos que recebem as informações interferem no próprio conhecimento por meio de comparações, de análises prévias das consequências de certas decisões. Fazem isso por meio de correlações entre conhecimentos e experiências obtidos, bem como por meio de interações com outros humanos. Portanto, um novo conhecimento só existe se for dentro de um contexto de interação individual e coletiva entre os seres humanos.
            No texto em análise ainda é apresentada outra forma de produzir conhecimento organizacional, que é o estudo da rotina e de suas alterações. Trata-se de verificar as consequências de modificações na estrutura e no perfil das pessoas de uma organização. No caso, organização escolar.
            Se concordarmos que as tecnologias podem ajudar na gestão escolar administrativa e pedagogicamente, devemos cuidar para que o conhecimento seja gerado e, como tal, compartilhado. Esse compartilhamento também pode ser mediado por tecnologias de computação e de comunicação, ou seja, em um ambiente informatizado.
            Para tanto, é fundamental que o ambiente seja planejado para organizar informações verdadeiramente relevantes. Com a opção de implantar novas estruturas de sistemas relacionados ao uso de tecnologias de informação e de comunicação, recomenda-se que essa implantação seja gradativa. Ou seja, em projetos-piloto que atuem em frentes tecnológicas, mas também na própria cultura organizacional, buscando o envolvimento de lideranças e ao mesmo tempo cuidando de aspectos conflituosos e problemáticos que podem suscitar rejeições.
            Esse trabalho deve contemplar momentos de troca de experiências ente professores e demais servidores. Lembremo-nos de que a escola é um sistema onde circula a informação. Por isso deve ser pensada como um todo. Nela deve ser facilitada constituição de grupos que aprendam juntos e que produzam resultados pessoais. Por isso, deve-se favorecer uma estrutura menos hierárquica e mais auto-organizada.
            Isso deixa clara a necessidade de estudo e de planejamento para a implementação de novas tecnologias na gestão escolar. Nesse planejamento, é fundamental estruturar a essa ação em fases, para que a implantação seja exitosa e bem aceita.
            Na primeira fase deve-se considerar o Contexto de TI. Já nesta fase devem se ter claros os objetivos, ter um comprometimento de lideranças e um conhecimento geral das atividades que o sistema de TI será utilizado.
            A segunda fase trata do Desenho do sistema. Nesse desenho consideram-se os objetivos, como a rotina será facilitada e como os usuários dominarão o sistema.
            Por fim, a terceira fase, que trata da Instalação do Sistema. Deve ser implementada de forma que opere de acordo com os objetivos, como uma boa aceitação pelos usuários, que, por sua vez, dominem o bem.
            Concluindo, o autor recomenda uma atenção para o fato de que a produção de informações é consequência de uma intenção de quem produz, organiza e interage com  as informações. Portanto, a cultura organizacional aceita, rejeita ou incorpora tais informações. Por isso, é ressaltada a importância de definir quais as  informações são relevantes, identificar e os dados relevantes para aquelas informações. Somente depois disso é que se pode pensar na tecnologia utilizada para obter essas informações e os seus resultados. Esses resultados deverão se ser racionados aos objetivos da escola e suas expectativas.
            Uma das maiores virtudes deste texto é trazer à lume o uso das tecnologias da informação na escola de modo integrado. Não trata de como usar a tecnologia em sala de aula, muito embora isso seja relevante. Avança e propõe uma integração dessa tecnologia para produzir conhecimentos que verdadeiramente ajudem na tomada de decisões. Sabemos que grandes corporações usam uma estrutura tecnológica para funcionar melhor, para ter mais lucro. Porque não utilizar esses recursos nas escolas públicas? Nelas cuidamos de algo mais importantes que a geração direta de riquezas ou bens tangíveis. Cuidamos da formação de nossa sociedade.
                        Complementado as informações acima para apresentar uma análise crítica do texto, reescrevo abaixo uma postagem que fiz no fórum desta disciplina.
            Quando associamos as TIC à gestão escolar, logo imaginamos como o computado pode ser usado na gestão das informações administrativas de da secretaria da escola. Esquecemos que, segundo Moran (2002), o “administrativo deve estar a serviço do pedagógico e que ambos devem estar integrados”).
                Dessa forma a formação dos gestores escolares – não somente dos diretores das escolas – deve contemplar um entendimento de que o administrativo e a secretaria da escola necessitam de usar as modernas tecnologias. Mas também isso é necessário para o pedagógico, e devem estar integrados. Imagina o absurdo de usarmos um diário eletrônico, imprimir e entregar para a secretaria digitar novamente os dados!
            Hoje existem recursos de gestão tecnológica e pedagógica, como o Moodle, que possibilitam uma gestão administrativa e pedagógica integradas, permitindo o uso de chats, vídeos etc., bem como o lançamento de notas pelo próprio professor, acesso online pelos alunos e pais etc. É um erro pensar que esses recursos dever ser usados somente na EAD. Cito o Moodle apenas como exemplo. Provavelmente ele não é parrudo o suficiente para redes grandes como as das Secretarias Estaduais da Educação, que muitas vezes tem bancos de dados pouco integrados e de intrincado acesso.
                Com a afirmação acima, deixo claro a importância de uma formação docente em TIC. Não basta pensarmos em uma formação simplesmente para o uso das tecnologias voltadas para os aspectos administrativos. Sim, isso é importante e fundamental. Mas, a nossa missão é pedagógica. Porque excluir esse aspecto? Ao contrário, deve ser integrado.
                Sabemos que as escolas públicas usam muito pouco as TIC. Sobre as questões que influencia essa pouca  integração tecnológica, gostaria de fazer uma lista com minha experiência em laboratório de informática e em cursos utilizando EAD.
·         As secretarias de Educação não são plenamente informatizadas. No máximo a secretaria escolas digita e redigida dados, que poucas vezes geram informações.
·         Os professores não se enxergam usando as TIC. Acham que é coisa de outro tempo. Não gostam de computador.
·         As escolas não têm equipamentos suficientes e em bom estado para uso dos professores e alunos. Muitas não têm conexão de internet de alta velocidade.
·         Os laboratórios de informática - quando existem - não têm professor.
·         Não há previsão no Currículo e na Proposta Pedagógica, no planejamento pedagógico para o uso das TIC. Assim, quando são usadas apenas como um pequeno enriquecimento, caso haja tempo.
·         Não se mostram para os alunos como usar a Internet como fonte de aprendizagem. Apenas para cópia.
Nosso caminho é longo. Mas, toda caminhada começa com o primeiro paço.
           
BIBLIOGRAFIA

VIEIRA, Alexandre Thomaz. As funções e papéis da tecnologia. In ALONSO, Myrtes; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de; MASETTO, Marcos Tarciso; MORAN, José Manuel; VIEIRA, Alexandre Thomaz. Formação de gestores escolares para utilização de tecnologias de informação e comunicação. Brasília: Secretaria de Educação a Distância, 2002b. pp. 35-40.